Cotidiano despedaçado

Formado por fragmentos, semelhantes a crônicas, "Um Jardim chamado Nóia", romance de estreia do paraibano Deribaldo Santos, reconstrói o cotidiano da favela, para além dos dramas da violência. O livro será lançado hoje, às 19h, no Sesc Iracema. Autor e obra serão apresentados pela poetisa Katiusha de Moares.

A proposta de Deribaldo Santos não é pegar leve. O livro tem por palco (e, talvez, personagem) o bairro Jardim Nóia, localizado em São João do Meriti, na Baixada Fluminense (RJ). Local pobre, assolado por dezenas de dificuldades que se repetem em todo o País, o bairro emerge de forma pouco óbvia no romance.

O que chama atenção na forma como o autor aborda o tema é o esforço para não ficar no mesmo terreno/estética do gênero "favela movie" ("Cidade de Deus" e afins). Não que a intenção de Deribaldo seja negar, ou mesmo maquiar, a existência de tensões, conflitos urbanos e violência nos bairros periféricos. No entanto, o autor mostra que há outras histórias - e, logo, outros dramas - naquele mesmo meio social.


fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=826359